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Em Provérbios 7.5-22 se diz:
“…Dize à sabedoria: Tu és minha irmã; e à prudência chama de tua parenta, para que elas te guardem da mulher alheia, da estranha que lisonjeia com as suas palavras. Porque da janela da minha casa, olhando eu por minhas frestas, Vi entre os simples, descobri entre os moços, um moço falto de juízo,
Que passava pela rua junto à sua esquina, e seguia o caminho da sua casa;
No crepúsculo, à tarde do dia, na tenebrosa noite e na escuridão.
E eis que uma mulher lhe saiu ao encontro com enfeites de prostituta, e astúcia de coração. Estava alvoroçada e irrequieta; não paravam em sua casa os seus pés.
Foi para fora, depois pelas ruas, e ia espreitando por todos os cantos;
E chegou-se para ele e o beijou. Com face impudente lhe disse:
Sacrifícios pacíficos tenho comigo; hoje paguei os meus votos.
Por isto saí ao teu encontro a buscar diligentemente a tua face, e te achei.
Já cobri a minha cama com cobertas de tapeçaria, com obras lavradas, com linho fino do Egito. Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e canela.
Vem, saciemo-nos de amores até à manhã; alegremo-nos com amores.
Porque o marido não está em casa; foi fazer uma longa viagem;
Levou na sua mão um saquitel de dinheiro; voltará para casa só no dia marcado.
Assim, o seduziu com palavras muito suaves e o persuadiu com as lisonjas dos seus lábios. E ele logo a segue, como o boi que vai para o matadouro, e como vai o insensato para o castigo das prisões….”
A Antiga Aliança (Lei) demandava restrita observância em seus termos, e o livro de Provérbios denomina esta obediência de “temor do Senhor” (Pv. 1:7; 2:5; 9:10). O livro de Provérbios é um manual prático referente à gratidão, a reverência, e o comprometimento do povo judeu com Jeová, nas questões de seu dia a dia.
No capítulo 7 do referido livro chama a atenção a clara recomendação a um jovem frente aos apelos sexuais de uma mulher casada disposta a cometer adultério.
O narrador (Deus) vê da fresta de sua janela (Os olhos do Senhor estão sobre toda a terra) um jovem falto de juízo (disposto a pecar) a caminho de sua casa.
É de espantar o verso a seguir “No crepúsculo, à tarde do dia, na tenebrosa noite e na escuridão” , observe a sequência proposital da incidência da luz do dia: crepúsculo (Pôr do sol), Tarde do dia (ausência do sol), Tenebrosa noite (meia noite sombria) e Escuridão (apavorante madrugada). Isto representa a condição espiritual daquele que sai do centro da vontade de Deus, onde podemos usufruir da Luz do Meio Dia em direção ao afastamento desta Luz rumo às trevas existenciais.
A tragédia se repete hoje com uma incidência sem precedentes. Temos visto líderes e outros ditos cristãos que eram pais, mães, esposas e maridos exemplares, que hoje se deixaram entorpecer por suas concupiscências e estão em um “novo relacionamento” conjugal.
Alguns, pasmem, se sentem abençoados por Deus e, como a prostituta do texto supra citado, tentam sacralizar o ato abominável com seus “Sacrifícios pacíficos”. Esquecem-se de que Deus não pode abençoar o que foi amaldiçoado. Definitivamente não existe “Adultério Gospel”, “Prostituição Gospel”, “Pornografia Gospel”, “Fornicação Gospel” (ato sexual que não é entre cônjuges; o pecado da luxúria; pecado da carne. Relações sexuais entre namorados ou noivos antes do casamento; qualquer prática sexual consumada sem a proteção legal e espiritual do casamento é uma fornicação.).
As redes sociais são os veículos preferidos para a exibição destas atividades abomináveis diante de Deus. É muito comum observar as fotos dos “novos” relacionamentos editados com frases do tipo: “ Esta é a benção que Deus me deu”, “A felicidade chegou em minha vida” etc.
A benção está em investir na primeira esposa ou no marido que Deus te deu. Trocar de cônjuge não extinguirá problemas, simplesmente estes serão substituídos por outros. Isso sem falar nos traumas que sobrevém aos filhos do relacionamento encerrado.
Não se engane, não é possível santificar algo que para Deus é abominação.
Leitos perfumados com aloés e mirra não transformarão maldição em benção, simples assim. Ao contrário do jovem sem juízo, que, “como o boi que vai para o matadouro, e como vai o insensato para o castigo das prisões”, escolheu o caminho da penumbra para as trevas profundas do afastamento do Senhor, a Palavra de Deus nos recomenda a tomarmos um caminho inverso, como recomendado em Provérbios 4.18:
“Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.”
Que o Senhor nos abençoe.