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Em I Reis 14. 22-28 está escrito:
“E fez Judá o que era mau aos olhos do Senhor; e com os seus pecados que cometeram, provocaram-no a zelos, mais do que todos os seus pais fizeram. Porque também eles edificaram altos, e estátuas, e imagens de Aserá sobre todo o alto outeiro e debaixo de toda a árvore verde. Havia também sodomitas na terra; fizeram conforme a todas as abominações dos povos que o Senhor tinha expulsado de diante dos filhos de Israel. Ora, sucedeu que, no quinto ano do rei Roboão, Sisaque, rei do Egito, subiu contra Jerusalém. E tomou os tesouros da casa do Senhor e os tesouros da casa do rei; e levou tudo. Também tomou todos os escudos de ouro que Salomão tinha feito. E em lugar deles fez o rei Roboão escudos de bronze, e os entregou nas mãos dos chefes da guarda que guardavam a porta da casa do rei. E todas as vezes que o rei entrava na casa do Senhor, os da guarda os levavam, e depois os tornavam à câmara da guarda.”
Uma vez mais nos deparamos com um trágico fato ocorrido na história dos Reis de Israel.
Salomão havia morrido e quem o substitui é seu filho Roboão (Signif. Heb. “Aquele que faz o povo aumentar”). O governo de Salomão foi marcado por opressão ao povo bem como a instituição de uma insuportável cobrança de impostos.
Quando a nação se reuniu em Siquém para fazê-lo rei, aproveitaram para lhe pedir abrandamento nas taxas e no tratamento com o povo, pois fazendo assim ganharia o coração de todos os governados. Infelizmente Roboão rejeitou o sábio conselho dos mais velhos e preferiu colocar adiante as demandas de seus amigos de infância, ou seja, superar a opressão de seu pai e esfolar ao máximo o já sofrido povo. Esta escolha lhe custou a divisão de toda a Nação de Israel em dois reinos. Jeroboão arregimentou dez tribos e estabeleceu-se ao norte de Jerusalém, em Samaria, quanto a Roboão, lhe coube duas tribos restantes, Judá e Benjamim com sede em Jerusalém.
Seu governo ficou marcado por licenciosidade, abominação, perversão, idolatria e tudo o mais que se pode imaginar de desvio consciente da vontade do Senhor e de Sua santa Lei.
Estabeleceu postes ídolos nos lugares altos. Estes monumentos tinham a forma fálica (forma de um pênis) e era administrado por prostitutos cultuais que, supostamente em transe, mantinham relações sexuais com os ofertantes. Até que chega o basta de Deus e então envia a disciplina através de Sisaque, o Faraó do Egito, que invade o reino do sul e destrói uma grande parte da cidade, rouba toda a riqueza da casa do Senhor e também leva os escudos de ouro que Salomão havia feito. Duzentos escudos grandes pesando 3,6Kg de ouro puro e trezentos escudos pequenos pesando 1,8 Kg de ouro puro, um valor aproximado hoje em R$ 181.440.000,00 (próximo a cento e oitenta e dois milhões de reais).
Estes escudos eram colocados em um Palácio do Bosque no Líbano conforme nos informa I Reis 10.16,17: “Também o rei Salomão fez duzentos paveses de ouro batido; seiscentos siclos de ouro destinou para cada pavês; Fez também trezentos escudos de ouro batido; três arráteis de ouro destinou para cada escudo; e o rei os pôs na casa do bosque do Líbano.”
Eles eram empunhados por soldados do reino de Salomão na entrada do palácio e ficavam perfilados em duas colunas. O sol refletia no corpo polido do escudo e criava uma visão fenomenal. O rei, então passava no meio dos escudos brilhantes.
Como Sisaque roubara os escudos de ouro, Roboão queria dar continuidade ao cerimonial, resolveu então que se fizessem escudos no mesmo formato, só que de um material extremamente inferior, o bronze.
Quando leio esta história o Espírito Santo de Deus me leva à compreensão de algumas verdades.
Tudo o que temos recebido do Pai, nossa salvação, nossos talentos, nosso ministério, etc; tudo chega até nós como “Ouro Puro”. Seja qual for a dimensão ou projeção Ministerial que temos é ouro puro. Só que para a nossa infelicidade o inimigo de nossas almas quer transformar a preciosidade de nosso ouro em mero bronze barato.
Um sintoma de quem se transformou em bronze é quando não sente mais a mesma paixão em fazer a Obra do Senhor; quando só coloco em prática meus talentos quando sei que esta ação reverterá em ajuda financeira; quando posso fazer o melhor, ofertar o melhor, cooperar com mais dedicação, mas só dedico o bronze. Entendo que posso ter uma vida mais santificada, mais separada do pecado, todavia continuo com um pé na igreja e outro no mundo de devassidão
Roboão sabia que o ouro precioso já não existia, entretanto dia após dia repetia a cerimônia do auto engano com escudos baratos que constantemente precisavam ser polidos.
O bronze tem a particularidade de criar uma crosta esverdeada chamada azinhavre, que é uma oxidação natural do material. Este azinhavre se for ingerido pode matar, pois é venenoso. Assim também é todo aquele que se tornou um crente de bronze, um líder de bronze, passa a ser envenenado. Seus pensamentos são venenosos, seus olhos, seus pés, suas mãos, sua mente, enfim, está “azinhavrado”.
Meu amado irmão, o Senhor nos tem chamado para um ministério de Ouro Puro, sem contaminação das coisas deste mundo. Sejamos vigilantes para não sermos coparticipantes de uma vida de engano e frustração como Roboão, o crente de Bronze.
Não importa qual seja o tamanho de seu escudo de ouro, o que interessa é que nele seja refletida a magnífica glória do Senhor.
Que o Senhor te abençoe.