A Crise do Desconhecimento

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Em Is 1.3 o profeta diz:
“O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende.”[1]
Depreende-se que o conhecimento é preponderante para o pleno relacionamento com o Senhor. Sendo assim, a primeira crise que será apresentada é a:
CRISE NO DESCONHECER A PALAVRA DE DEUS.
No Areópago de Atenas, o apóstolo Paulo foi obrigado a defrontar-se com os epicureus[2] e os estóicos[3] que, não obstante exaustivas perquirições, nada puderam fazer quanto às necessidades espirituais daquela audiência confusa, ainda que seleta (At 17.5-34). O doutor dos gentios, contudo, já intimado pelos filósofos a explicar as proposituras de seu discurso, descortina-lhes uma doutrina tão sublime, e de tal forma perfeita que sequer fora cogitada pela filosofia grega. Sócrates, através da maiêutica (perguntas e respostas) propunha dar o espírito à luz; todavia, somente Cristo pode levar o homem ao novo nascimento. Platão falava do mundo ideal, inalcançável pelos mortais, entretanto só Jesus é capaz de prometer e cumprir aos fiéis: “Vou preparar-vos lugar” Jo 14.2
Jesus não foi um mero filósofo; é a própria sabedoria (Cl2.3; ICo 1.24,30). Todos os tesouros do conhecimento acham-se nele escondidos.
O Senhor Jesus não nos educou apenas com palavras; através de suas obras instruiu-nos. Não nos conduziu somente por meio de parábolas e símiles; por intermédio do próprio exemplo, conduziu-nos a Deus. Jesus veio a este mundo para servir; eficazmente, serviu-o como pedagogo.
Aquele que conhece a palavra não é um mero seguidor de Jesus, mas quer ser um discípulo seu. Um seguidor quer aquilo que o seu mestre pode lhe proporcionar ou aquilo que este possui; o discípulo quer aquilo que o seu mestre “SABE”. O seguidor é obtuso e de dura cerviz, o discípulo, por sua vez permeável e “ensinável”.
Todo professor deve ter em mente que há um tempo atrás o aluno não sabia, e não sabia que não sabia; hoje com a necessidade da informação imediata aquele que não sabe, sabe que não sabe. O professor dos dias atuais deve ter o pleno domínio da Palavra, conhecendo-a e manuseando-a com autoridade e responsabilidade.
[1] BIBLIA. Sagrada, Isaias cap. 1 verso 3.
[2] EPICUREUS. Seguidores do pensador Epicuro que advogava viver de modo a derivar o máximo prazer possível durante a vida, mas fazendo-0 com moderação, a fim de evitar o sofrimento resultante de excessos em tal prazer.
[3] ESTÓICOS. Seguidores da filosofia de que sendo a razão aquilo por meio do que o homem torna-se livre e feliz, o homem sábio não apreende o seu verdadeiro bem nos objetos externos, mas bem usando estes objetos através de uma sabedoria pela qual não se deixa escravizar pelas paixões e pelas coisas externas.
O profeta Oséias acrescenta ainda que a falta de conhecimento das verdades de Deus será trágica para os pais extensivamente aos filhos:
“…Meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não seja sacerdote diante de mim; e, visto que esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.[1]

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