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Os quarenta dias (sem contar os domingos) que antecedem a Páscoa é conhecido no calendário católico como “Quaresma”, e ela se inicia na quarta-feira em que encerra o carnaval, onde se faz a aspersão das cinzas. Estas cinzas que são espargidas sobre os fiéis seriam um símbolo para a reflexão sobre a necessidade e o dever da mudança de vida, da sincera conversão. É uma gritante lembraça de quão efêmera, frágil e transitória é a vida. Muito poético mas ineficaz.
Como é confortável a vida espiritual em alguns segmentos.
Em se tratando do carnaval, a grande festa da carne, nos quatro dias os participantes se entregam ao total controle de “Momo” e suas hostes infernais (Momo é uma corruptela de “Mamom”, uma divindade fenícia da prosperidade, era representado por uma estatueta de um pesonagem obeso, onde se concebia que comia bastante, sendo, assim, próspero), se envolvendo em bebedeiras, sexo livre, orgias, adultérios, fornicações, etc.
O carnaval retrata a decadência de uma sociedade completamente dominada pelo misticismo. Muita luz, muita cor, muito movimento, tudo é ilusão. Os próprios enredos dos sambas, em quase sua totalidade, exaltam os deuses pagãos, enaltecem o que o Senhor abomina. Todas as concupiscências da carne se tornam lícitas, momentaneamente prazerosas é verdade, mas trágicas no apagar das luzes. Não se esqueça que “Momo”, o rei da “Carnavalis”, recebeu as chaves da cidade de sua autoridade maior, o prefeito, sendo assim “Proibido proibir”
A quarta-feira de cinzas se transformou em um pedágio psicológico rotineiro daqueles que não tem compromisso algum com uma vida de santificação e renúncia, mas que em suas consciências sabem que cometeram atos reprováveis. É a famosa vida sem transformação de muitos ditos cristãos, que conscientemente pecam confiantes nas palavras de João em I Jo 1.9:
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça.”
A bem da verdade este versículo vez por outra é a nossa “Quarta-feira de cinzas”.
I Jo 1.9 só tem efeito se cumprirmos o que antecede em 1 Jo 1.4-7:
“Estas coisas vos escrevemos, para que o nosso gozo seja completo. E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e nele não há trevas nenhumas. Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a verdade; mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.”
Aos que estão atolados até o pescoço na lama do pecado, em Isaias 61.3-4 a Palavra de Deus nos convida a uma substanciosa troca :
“A ordenar acerca dos que choram em Sião que se lhes dê uma grinalda em vez de cinzas, óleo de gozo em vez de pranto, vestidos de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantação do Senhor, para que ele seja glorificado. E eles edificarão as antigas ruínas, levantarão as desolações de outrora, e restaurarão as cidades assoladas, as desolações de muitas gerações.”