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Efésios 2.8 nos diz:
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.”
Acredito que a pergunta: “Será que sou salvo?” seja a maior causadora de crises existenciais e espirituais entre os cristãos.
Talvez pelo despreparo daqueles que são responsáveis a instruir os noviços ou mesmo pela má compreensão destes ao plano salvífico bíblico.
A primeira coisa que precisamos entender com respeito a salvação é: “Fomos salvos de quê?”. Salvar significa: “Livrar do perigo”. Salvação é o ato de salvar (Boyer).
Fomos salvos, os que cremos, por meio da fé no sacrifício substitutivo de Cristo Jesus, do justo Juízo que paira sobre toda a humanidade, que herdou o pecado de Adão, causando separação e afastamento entre esta e o Senhor, tornando-a, assim, inimiga e irreconciliável com o Pai:
“Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.” (Ef 2:13-16)
Esta condição de afastamento também fez com que nos tornássemos devedores a Deus, a ponto de termos uma “Nota promissória”, protestada contra nós que era a comprovação de nosso não cumprimento de obediência no acordo e consequente escravidão às hostes do mal:
“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.” (Cl 2:14,15) (Grifo meu)
Cristo Jesus, por sua vida e vitória sobre a morte cumpriu de uma só vez a nossa redenção (pois pagou nossa dívida e nos resgatou do mercado de escravos), expiou nossos pecados (uma vez que, como o Cordeiro Imaculado de Deus, derramou Seu sangue para perdoar definitivamente todos os nossos pecados), substituiu-nos (morrendo em nosso lugar, o Inocente se entregando pelo culpado) e nos tornou propícios (favoráveis) ao Pai novamente (desfez a inimizade entre nós e Jeová).
“Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.” (Hb 9:28)
Se cremos no sacrifício, morte e ressurreição de Jesus, nos arrependemos de nossos pecados e estamos procurando viver uma vida de intimidade, devoção e santificação ao Senhor somos salvos sim, temos a vida eterna. Ainda que todo o inferno se levante querendo nos contradizer somos, por graça, salvos. Ninguém nos separará do amor de Cristo Jesus nosso Senhor:
“E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.” (Jo 10:28,29)
Outro aspecto que precisa ser deixado bem claro é que, não sou salvo por alguma obra ou intervenção pessoal que tenha feito, mas por uma bondade imensurável da parte de Deus Pai que me amou, mesmo sendo ainda um miserável pecador, entregando o Seu Filho para a remissão e perdão de meus pecados
“Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós” (Rm 5.8)
Obra alguma que eu pudesse executar seria suficiente para “comprar” esta graça. É um favor imerecido. Somos salvos por bondade do Pai:
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Ef 2.8,9)
Estávamos mortos em nossos pecados (em estado de depravação total) e delitos e, por graça, Ele nos salvou por intermédio de Seu Filho. Eu preciso unicamente crer neste sacrifício, me arrepender de meus pecados e recebê-lo como meu Único e suficiente Salvador.
“Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” (Rm 10:8,9)
Uma vez que a nossa salvação foi estabelecida por um preço inestimável, também é verdade que não devemos negligenciar esta grande graça a nós dispensada:
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1:18,19)
Devemos cultivar nossa salvação como aquilo de mais precioso em nossas vidas. Ela deve se sobrepor, como “vestes de santificação”, aos nossos desejos, vícios, paixões, impulsos, concupiscências e tudo o mais que possa vir a macular esta nova vida que escolhemos viver.
Nossos antigos e reprováveis hábitos e obras são como trapos imundos da velha vida de sofrimento e escravidão, das quais devemos estar despidos definitivamente:
“Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos, E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3:9,10)
A salvação também abrange nosso ser holisticamente (por completo), corpo, alma e espírito, sendo responsabilidade nossa conservá-los santificados para o dia de nossa redenção:
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Ts 5:23)
A salvação tem uma perspectiva eterna, entretanto é condicional à nossa obediência:
“E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem” (Hb 5:9)
A salvação necessita ser preservada:
“Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.” (Jo 15:6) (Grifo meu)
“A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou. No corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis. Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.” (Cl 1:21-23) (Grifo meu)
“Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis. Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão.” (1 Co 15:1,2) (Grifo meu)
“Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim.” (Hb 3:14) (Grifo meu)
“Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Ap 2:10) (Grifo meu)
Posso perder a salvação?
Me recordo que certa vez, em viagem, parei em um posto na estrada e pedi para usar o sanitário. Me entregaram uma pequena chave presa a um pedaço de cabo de vassoura de uns 30 centímetros. Fiquei chocado com tamanha desproporcionalidade. Uma chave minúscula e um chaveiro gigante. Não disse nada em princípio.
Ao retornar, não resisti, e perguntei ao atendente o porquê de tamanho disparate e “bizarrice” na dita chave e “chaveiro” do toillete. Ao que tranquilamente me respondeu o rapaz:
“Fizemos assim para que os clientes não mais percam a chave!”
Então entendi.
Imediatamente o Espírito Santo ministrou ao meu coração e me fez entender algo muito lindo. A salvação proporcionada por Jesus é eternamente grande, insondavelmente profunda e inacreditavelmente amorosa.
Quando o Pai, por graça, no-la ofereceu tinha em mente que, como a chave do dito posto, fosse a nós tão chamativa, impressionante e chocante que não viéssemos a perdê-la de vista. Por mais dificuldades que pudéssemos passar em nossa caminhada sempre a teríamos ao alcance de nossos olhos. Não se “perde a Salvação” como quem perde uma moeda, um óculos ou mesmo um celular.
A salvação não nos foi oferecida para ser negligenciada, quem a possui sinceramente jamais cogitou perdê-la.
A salvação é grande e análoga a uma enorme rede de amor que é, pela infinita graça, lançada sobre nós, uma vez presos nela podemos por livre escolha sair, escapar, mas nunca sermos de lá expulsos.
“Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram;” (Hb 2:3)
Sendo assim, todo aquele que tem Cristo Jesus tem a vida eterna, e por conseguinte é salvo. Todavia, todo aquele que ainda não recebeu a Jesus pode tornar-se um salvo agora.
Crês tu isto?