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Mateus 13 é o capítulo das “Sementes” e das comparações do Reino de Deus.
Quando Jesus fez a alusão do semeador que saiu a semear, nos versículos 5 e 6 há uma revelação que traduz uma grande tragédia que assola a igreja de nossos dias:
“5 Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. 6 Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se.”
Não quero aqui cometer um erro hermenêutico, tendo-se em vista que a parábola faz referência à germinação da Palavra (Semente) e seu efeito no Solo (Coração Humano). Entretanto, o Espírito Santo nos desperta para uma outra vertente, homens que não foram chamados para o Ministério, foram plantados na frágil superfície da terra e que estão na liderança de igrejas, fazendo-as sofrer e trazendo escândalos para o Reino de Deus.
Veja que o texto supra citado diz que: “Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra.” A semente sempre é boa, infelizmente o terreno é que tem suas particularidades.
Como é trágico assistir a ascensão meteórica de líderes que há pouco chegaram ao Evangelho de Cristo e, sem “profundidade” teológica, criam aberrações em nome de Jesus. Não se forja um líder da noite para o dia, é necessário preparo. Frequentar um seminário por três ou quatro anos não faz de ninguém um pastor, é necessário tempo, muito tempo de experiência e investimento ministerial; lembre-se que o Mestre se preparou trinta anos para servir somente três.
A semente que caiu em meio às pedras era boa, a mensagem da Cruz é celestial, vem do coração de Deus, todavia precisamos deixá-la mergulhar no profundo de nosso ser, pois jamais criaremos raízes vivendo na superficialidade do conhecimento do Pai e muito menos nas interpretações rasas das Santas Escrituras. A semente necessita passar por um processo demorado antes de brotar, precisa ser enterrada, isto fala de auto negação, sufocarmos o nosso “eu” , desaparecermos, nos humilharmos e deixarmos Cristo aparecer em nós. Ela, então, após ser enterrada, precisa passar por um tempo de espera até que processos botânicos e biológicos de transformação ocorram dentro da semente, infelizmente somos uma geração imediatista e queremos tudo para já. O Reino de Deus tem alguns protocolos que precisamos respeitar, devemos ter paciência para esperar o “tempo” de Deus em nossas vidas. No terceiro processo a semente então brota, sabendo-se que quanto mais profundo for o terreno que ela foi enterrada mais tempo ela levará para brotar. A diferença é gritante daqueles que foram cultivados em “profundidade” em comparação àqueles que foram semeados em lâminas de terra, e o resultado se verá exatamente na ação do sol. Ao sofrer a radiação do sol o broto recém surgido necessitará de raízes para poder sobreviver, pois o calor secará tudo em volta e são as profundas raízes que sugarão as águas do profundo solo.
O líder da superfície, o que foi ministerialmente plantado sem profundidade é fugaz, não procura a vontade de Deus, pois não O conhece, é sem argumento, não aprendeu amar, é iracundo, desinformado, bitolado, sem noção do ridículo, influenciável, sem vontade própria, manobrável, leviano, hipócrita, se impõe na igreja com tirania e ameaças, ele não dá acolhida em sua congregação a pessoas que não apoiam sua tirania, se acha o dono de Deus, da Bíblia e da Igreja, é difamador dos que se libertaram do jugo de sua ditadura, quando muito é medíocre, é apascentador de si mesmo, serve a Deus, não por vocação, mas por causa do seu “SALÁRIO” e benefícios do seu cargo, nunca deixa legado, não é referência para ninguém, persegue e tem pavor dos que foram gerados em terras profundas, foge de debates, pois claro, lhe falta conhecimento e muitos deles têm carreira meteórica, pois com a rapidez que surgem…. desaparecem.
No contra ponto está o líder plantado em Boa Terra, totalmente enraizado e gerado nas profundezas do Espírito: ele busca a vontade de Deus em tudo, dá a vida por suas ovelhas, se preocupa com a restauração de cada uma individualmente, ele sempre se considera um servo e glorifica a Cristo, não domina o rebanho, antes, serve como o exemplo dele, jamais apascenta a si mesmo, não quer ter a primazia, dá acolhida a todos em sua igreja, mesmo àqueles que não lhe apoiam, não serve a Deus por dinheiro e geralmente vivem no limite financeiro, sempre são consultados e ouvidos quando surge alguma polêmica ou escândalos envolvendo os pastores da “Superfície”, são os exemplos e as referências da igreja e sempre deixam um legado de fé. Estes homens de Deus não buscam holofote, antes o repudiam.
Sendo assim, sabendo-se que a Semente é Boa, resta-nos examinarmos a nós mesmos e descobrirmos que tipo de terreno somos . Que o Pai nos conceda ter a permeabilidade da boa terra para frutificarmos segundo a Sua Santa Vontade.