O Homem enquanto “Ser” e sua concepção do “Sagrado”

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O Homem enquanto “Ser” e sua concepção do “Sagrado”

O homem é sempre mais do que é, em se tratando de suas capacidades criativas e muito menos do que deseja ser, uma vez que é um ser que está sempre se aprimorando e aprendendo. Sendo assim, ele sempre buscará uma transcendência, ou seja, uma capacitação que o leve a conhecer e entender as verdades universais. Nesta busca ele manifesta tendências a uma realidade (o sagrado) onde a vivência da falta se converta em um todo que satisfaz, assim este novo mundo que se descortina à sua volta passa a ter uma série de significados manifestos nos gestos e nos movimentos em nome do transcendente. Como afirma Eliade:
“Qualquer que seja o contexto histórico no qual esteja imerso, o homo religiosu acredita sempre que exista uma realidade absoluta, o sagrado, que transcende este mundo, mas que se manifesta nele e, por isso mesmo, santifica-o e o faz real”
A Concepção do sagrado
O entendimento que o homem tem do sagrado manifesta-se não apenas por seu conteúdo e fundamentos, mas prioritariamente, pela introdução do termo Profano em contraste com o Sagrado. Como explica Eliade:
“Ora, a primeira definição que se pode dar ao Sagrado é que ele se opõe ao Profano.”
O Profano é o corriqueiro, o comum, o secular, algo que não é portador de significado ou nos leve à realidade transcendente; o Sagrado, por sua vez com seu título discriminatório, é o incomum, aquilo que está à parte, que, necessariamente, se traduz como uma ponte para a realidade última. Por este motivo, o homem, para Eliade:
“toma conhecimento do sagrado porque este se “manifesta”, mostra-se como qualquer coisa de absolutamente diferente do profano”
A esta manifestação do Sagrado , Eliade dá o nome de “hierofania”, isto é:
“algo de sagrado se nos revela”
Sendo assim, o Sagrado em expressão de Piazza é:
“não é uma ‘ideia’, ou seja uma expressão puramente conceitual do homem que ele faz do mistério da vida e do universo, mas uma ‘experiência’ de algo que se manifesta e ao mesmo tempo se oculta no mundo sensível. Tanto é assim que o sagrado permanece idêntico a si mesmo, embora assuma vários aspectos fenomenológicos segundo as várias condições de vida do homem – pastores, caçadores, agricultores. (…) Ou, por outra, o homem interpreta a sua experiência do sagrado segundo as estruturas culturais em que vive, mas a experiência do sagrado apresenta-se em todas estas culturas como algo que transcende. Assim, o animista interpreta a experiência do sagrado como uma força vital – o mana -, enquanto o xamã vê no sagrado a manifestação de potências celestes”

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